Monday, December 23, 2013

Azul é a Cor Mais Quente: Filme francês mostra relacionamento lésbico de forma explícita.




Esse é talvez o filme Francês mais badalado de 2013. Esse filme que em português recebeu a tradução da versão do seu nome em inglês (Blue is the warmest color). Mas seu titulo original em francês é simplesmente “La vie d'Adèle” (A vida de Adele). Um filme muito longo, beira as 3 horas. Isso devido ao uso de cenas muito grandes, incluindo uma enorme cena de sexo explicito entre a protagonista Adèle (Adèle Exarchopoulos) e sua namorada Emma (Léa Seydoux). 

Um filme magnífico que segue a risca a escola francesa. A história de Adèle é contada sob seu próprio ponto de vista, de forma cadenciada e melancólica. Alias A atriz Adèle Exarchopoulos que foi premiada pelo papel foi uma escolha muito feliz. Seu rosto naturalmente triste e com uma certa timidez escondida encaixou lindamente na personagem que leva o seu próprio nome. Essa película foi a vencedora da Palma de Ouro do Festival de Cannes desse ano (2013). É um filme reflexivo que dificilmente agradará os fãs do cinema hollywoodiano, mas que tem uma quantidade de sexo explicito digna de ser tachado de subversivo pelos mais conservadores. No entanto, foi unânime a critica positiva recebida pelas atrizes que interpretam as duas amantes lésbicas que se atiram em um intenso relacionamento. Óbvio que muitas controversas surgiram devido as cenas de sexo real praticadas por elas. 

Algumas poucas cenas mostram a França como uma sociedade ainda muito preconceituosa, principalmente em relação ao homossexualismo feminino, mas não chega ser pauta no roteiro. É um filme bem subjetivo, em primeira pessoa, quase um diário, que mostra as pelejas emocionais de uma adolescente em crise de identidade sexual. Quando se descobre lésbica consegue construir uma identidade forte e luta por seu amor, mas ainda com muita dificuldade de assumir publicamente sua sexualidade. Um filme que pode entrar par a história do cinema pela sua subversão e não pela qualidade de seu roteiro, algo que o próprio diretor Abdellatif Kechiche já previu após a realização do filme. 

Agora é tarde, pois as cenas de sexo explícito podem sim de alguma forma prejudicar o julgamento do filme. Nas palavras do próprio realizador desse longa podemos notar um certo grau de arrependimento: “o sexo real impedirá que o espectador assista ao filme "com o coração limpo e com um olhar atento". "Eles [o público] vão dizer, 'será que este homem não abusou dessas atrizes? Será que elas também não gostaram [de fazer sexo] e não querem falar?” Disse Abdellatif Kechiche em entrevista ao site Télérama.